As aulas de história nas turmas de 7° ano com o professor Marcos Antônio Rosa Trindade tem sido diferente. Abordando assuntos referentes às trocas culturais e econômicas entre indígenas e portugueses o professor Marcos tem construído dramatizações com os estudantes. Um roteiro com narradores e personagens. Objetos confeccionados pelos estudantes relacionados com o tema como espelhos, pedaços de Pau-Brasil, cocar e machados de pedra e de ferro. De forma crítica, e utilizando aulas e elementos de seu tempo de graduação o professor Marcos tem problematizado com os estudantes a forma como muitos livros abordam essas trocas, conhecidas como escambos. Em muitos livros, de forma simplória, os indígenas são retratados como ingênuos. Dando a entender que as trocas seriam apenas boas para os portugueses. E que os indígenas saiam "no prejuízo". A proposta da atividade é permitir que os estudantes, por meio da dramatização, interajam e reflitam. E a partir disso percebam que os indígenas também tiveram benefícios com tais trocas. Um exemplo é o uso de machados de ferro. Muito mais eficientes que os de pedra até então utilizados pelos indígenas. O roteiro está disponível na íntegra a seguir:
Professor: Ms Marcos Antônio Rosa Trindade
E-mail: marcos.trindade@prof.pmf.sc.gov.br
Disciplina: História
Peça teatral - O escambo do pau-brasil
Narrador 1 - “O trabalho era executado a partir da mão de obra indígena, por meio da prática de escambo. Os indígenas cortavam as árvores e as levavam até os navios portugueses ancorados à beira-mar, e em troca obtinham facas, canivetes, espelhos, pedaços de tecido e outras quinquilharias.”
Lilia Moritz Schwarcz; Heloisa Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. (página 32).
Narrador 2 - O que iremos ver hoje, é fruto das discussões no tempo da faculdade de História do professor Marcos, onde portugueses e indígenas ganhavam com o escambo do pau-brasil. Como veremos a seguir:
Narrador 1 - Em algum lugar do litoral baiano, dois indígenas tupinambás disputavam a mão de uma bela moça.
Narrador 2 - Cauê batendo palmas na frente da oca de Jussara, mãe de Iara.
Jussara - Quem é?
Cauê - Sou eu dona Jussara, vim trazer este belo cocar, que eu mesmo fiz, como presente para a senhora e peço assim a mão de Iara em casamento.
Jussara - Cocar realmente muito bonito Cauê, acho difícil alguém trazer um presente tão bonito até amanhã, sendo assim, creio que Iara será sua esposa.
Ubiratã - Visse primo, que cocar bonito, jamais irei fazer um mais bonito. Assim perderei a minha amada Iara
Inaiê - Calma, primo. Tive uma ideia! Vamos cortar umas toras de pau-brasil e levar para os portugueses lá na feitoria.
Inaiê - Não Ubiratã. Meu pai disse que lá tem o que os portugueses chamam de espelho. Seria uma poça de água que tu consegue ver teu rosto, mas você consegue levar para qualquer lugar.
Narrador 1 - Ubiratã e Inaiê pegam os machados de ferro de seus pais e vão para o mato cortar pau-brasil. Chegando na feitoria…
João - Manoel, olha! dois indígenas se aproximando trazendo mais pau-brasil.
Manoel - João, vamos vê o que eles vão querer em troca desta vez?
João - Machado de ferro?
Ubiratã - Não!
Manoel - Facão de ferro?
Ubiratã - Não!
João - Espelho?
Inaiê - Sim!
Narrador 2 - Terminada a troca, os dois primos vão para a oca de Jussara, mãe de Iara.
Ubiratã - Boa tarde dona Jussara, trouxe este lindo presente para a senhora, pois quero me casar com a Iara.
Jussara - Que coisa linda! O que é isso?
Ubiratã - Espelho!
Jussara - Olha filha, espelho! Cocar todo mundo ganha, mas espelho, tu és a primeira.
Iara - Estão vou casar com o Ubiratã.
Narrador 1 - Assim, Ubiratã derrota Cauê com a ajuda de seu primo Inaiê e ganha a mão de sua linda amada Iara.
Narrador 2 - Fim.
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