Os dois últimos anos têm sido
ainda mais desafiadores, pois em razão desse tempo pandêmico estamos tendo que articular a nossa práxis
docente com limitações as formas tão necessárias de mediação para contribuir para que os
estudantes mobilizem o conhecimento científico e popular para uma leitura e ação crítica de
mundo.
Temos feito nesses dois anos o possível e impossível para qualificar a nossa ação docente por meio do
ensino híbrido e remoto. Porém, sabemos teoricamente e empiricamente que essa situação de pandemia tem provocado o aumento das desigualdades educacionais. Além disso, vivemos num contexto político/econômico, cultural e social que despreza o principal objeto da educação que é o conhecimento científico (por exemplo, com a negação da importância da vacina e o estímulo ao uso de medicamentos sem eficácia para combater a COVID-19) e fortalece os preconceitos de gênero, raça e condição social.Vivenciamos diversos ataques à
educação com a desvalorização salarial e condições de trabalho de professoras e professores. Esse cenário
distópico causa angústia em professoras, professores, mães, pais e estudantes (é visível o aumento
das doenças mentais, por exemplo, entre estudantes e professores). No entanto,
como aponta o nosso Patrono da Educação Paulo Freire é preciso esperançar, superar a impressão de
impossibilidade que as elites desejam nos impor.
Como forma de resistência ao
obscurantismo econômico, político, social e cultural. Nada mais desafiador e utópico que as próprias palavras
de Paulo Freire: É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem
gente que tem esperança do verbo esperar. E
esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se
levantar, esperançar é ir atrás, esperançar
é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro
modo… Nesse dia de professoras e professores, como em todos os outros dias, é preciso resgatar,
apesar de todas as limitações, a esperança do verbo esperançar.
Não se faz educação
transformadora sem esperança e sem a constituição de um projeto coletivo e utópico de educação, pois como afirma
Carlos Eduardo Ornelas Berriel “A utopia serve
claramente para humanizar o homem, dotá-lo da noção de que o mundo
social se constrói e se destrói pela
exclusiva ação humana, sem interferências sobrenaturais”.
Nós, professoras e professores
da Escola Básica Municipal Herondina Medeiros Zeferino com certeza, apesar de todas as contrariedades e
limitações, buscamos entre nós, com os estudantes e a comunidade escolar materializar uma
educação libertadora que aponta que o mundo é o
que é em razão das nossas relações sociais e que pode ser diferente
pelas mudanças das nossas relações sociais.
Somos arautos do esperançar e nossa principal ferramenta da práxis docente
é o conhecimento científico e a cultura
popular. Dessa forma, demonstramos a centralidade da ação docente para a sociedade.
Por isso tudo, com certeza
estamos de parabéns! Neste 15 de outubro de 2021, dia das professoras e professores: um grande e apertado
abraço a distância em tempos de necessidade
de distanciamento físico, porém não necessariamente de distanciamento
intelectual.
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