sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Nossa homenagem ao dia das professoras e professores

Os dois últimos anos têm sido ainda mais desafiadores, pois em razão desse tempo pandêmico  estamos tendo que articular a nossa práxis docente com limitações as formas tão necessárias  de mediação para contribuir para que os estudantes mobilizem o conhecimento científico e popular  para uma leitura e ação crítica de mundo. 

Temos feito nesses dois anos o possível e impossível para qualificar a nossa ação docente por  meio do

ensino híbrido e remoto. Porém, sabemos teoricamente e empiricamente que essa  situação de pandemia tem provocado o aumento das desigualdades educacionais. Além disso,  vivemos num contexto político/econômico, cultural e social que despreza o principal objeto da  educação que é o conhecimento científico (por exemplo, com a negação da importância da  vacina e o estímulo ao uso de medicamentos sem eficácia para combater a COVID-19) e fortalece  os preconceitos de gênero, raça e condição social. 

Vivenciamos diversos ataques à educação com a desvalorização salarial e condições de trabalho  de professoras e professores. Esse cenário distópico causa angústia em professoras, professores,  mães, pais e estudantes (é visível o aumento das doenças mentais, por exemplo, entre estudantes e professores). No entanto, como aponta o nosso Patrono da Educação Paulo Freire  é preciso esperançar, superar a impressão de impossibilidade que as elites desejam nos impor. 

Como forma de resistência ao obscurantismo econômico, político, social e cultural. Nada mais  desafiador e utópico que as próprias palavras de Paulo Freire: É preciso ter esperança, mas ter  esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E  esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é  ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar  é juntar-se com outros para fazer de outro modo… Nesse dia de professoras e professores, como  em todos os outros dias, é preciso resgatar, apesar de todas as limitações, a esperança do verbo  esperançar. 

Não se faz educação transformadora sem esperança e sem a constituição de um projeto coletivo  e utópico de educação, pois como afirma Carlos Eduardo Ornelas Berriel “A utopia serve  claramente para humanizar o homem, dotá-lo da noção de que o mundo social se constrói e se  destrói pela exclusiva ação humana, sem interferências sobrenaturais”. 

Nós, professoras e professores da Escola Básica Municipal Herondina Medeiros Zeferino com  certeza, apesar de todas as contrariedades e limitações, buscamos entre nós, com os estudantes  e a comunidade escolar materializar uma educação libertadora que aponta que o mundo é o  que é em razão das nossas relações sociais e que pode ser diferente pelas mudanças das nossas  relações sociais. Somos arautos do esperançar e nossa principal ferramenta da práxis docente é  o conhecimento científico e a cultura popular. Dessa forma, demonstramos a centralidade da  ação docente para a sociedade. 

Por isso tudo, com certeza estamos de parabéns! Neste 15 de outubro de 2021, dia das  professoras e professores: um grande e apertado abraço a distância em tempos de necessidade  de distanciamento físico, porém não necessariamente de distanciamento intelectual.

  

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