Adolfo Stotz Neto é natural de Blumenau – SC, graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Fundador e presidente do Grupo de Estudos de Astronomia (GEA) - Planetário da UFSC, professor de Astronomia dos cursos de extensão do Planetário da UFSC, palestrante e escritor de diversos artigos e livros sobre a temática.
Em 2010 lançou o livro de contos “Céu, ilha” que aborda de forma descontraída e de fácil entendimento o universo e assuntos corriqueiros da ilha de Florianópolis e de outros municípios de Santa Catarina.
Desde 2013, a Escola Herondina mantém uma parceria com o professor para a ampliação do ensino de Astronomia.
O professor Adolfo tem um novo livro de contos em fase de finalização, intitulado “Uma ilha no universo”. O livro traz algumas histórias de ficção com a visão de mundo do autor, numa abordagem filosófica sobre o comportamento do ser humano e tem a escola Herondina como cenário em pelo menos dois contos. Em um dos contos Adolfo faz uma comparação dos tempos atuais com a época em que era estudante e em outro contará de forma descontraída como foi a cerimônia de entrega de medalhas, das Olimpíadas de Astronomia em 2014, aos estudantes da Herondina.
O professor nos concedeu a entrevista abaixo no dia 26 de março de 2015.
1 – Como você define a importância da Astronomia para humanidade?
A.S.N - A Astronomia começa como um meio de subsistência importantíssimo para a humanidade prever não só o calor, o frio e comida, mas também servia como mapa, como maneira de se guiar pelos locais que eles precisavam viajar.
Outra conotação é a questão da religiosidade, o ser humano precisava acreditar em algo. A importância da Astronomia na história da humanidade é absoluta, porque ela é, além da subsistência, a morada de Deus.
A Astronomia te leva a ter contato interdisciplinar. Não há contentamento, por exemplo, em estudar só a pressão do ar, há o envolvimento com tudo. Ao praticar e ao estudar a astronomia é preciso mexer com física, química, matemática e história de forma interligada. Quando se usa a matemática para uma finalidade de compreensão, ela é totalmente diferente. Através da Astronomia as matérias odiadas pelos alunos são percebidas com encantamento.
2 – Quando surgiu o interesse por Astronomia?A.S.N - Meu pai. Ele me levava na rua e dizia o que via. Não tinha conhecimento profundo, mas conhecia as constelações e os planetas. E quando eu tinha doze anos ele me levou a um planetário no Uruguai, eu fiquei encantando. Meu vizinho ganhou uma luneta de presente de natal e fomos olhar para o céu. Quando coloquei o olho no ocular, vi o planeta Saturno. A imagem de Saturno e seus anéis, ficou pelo resto da vida na minha cabeça.
3 - Como começou e como funciona a parceria com a escola?
A.S.N - O Willian (diretor da escola) procurou o planetário, e o planetário me ligou. Como eu já desenvolvia parcerias semelhantes com outras escolas, e por ser morador dos Ingleses, houve a facilidade de desenvolver as atividades, que consistem na preparação dos alunos para as provas das Olimpíadas de Astronomia - OBA.
4 - No ano passado dezenas de estudantes da nossa escola foram premiados pela Olimpíada Brasileira de Astronomia - OBA. Agora em 2015, mais estudantes estão se preparando para participar da Olimpíada, como os 5º anos e a EJA. Como você vê essa ampliação do ensino da Astronomia na nossa escola?A.S.N - Eu luto por isso há 30 anos. É um sonho perceber a movimentação de algumas escolas, são poucas. O mérito da Escola Herondina nesse ponto é absoluto, da Direção e das professoras envolvidas, Roberta e Tânia, e todo corpo docente, porque, quem sabe assim, de grãozinho em grãozinho, a gente consiga.
Se eu pudesse durante um ano ensinar professores de geografia da escola pública, num curso de Astronomia, para eles repassarem aos alunos, isso seria uma glória na minha vida.
5 – O senhor é favorável ao ensino de Astronomia no Ensino Fundamental?A.S.N - O ensino da Astronomia traz a realidade de volta e ensina encantando, porque nós fazemos parte disso, estamos inseridos nela.
A Astronomia estimula as pessoas a raciocinar, a pensar, a usar o senso crítico sobre o que estão vendo. A Astronomia é ensinada em todas as escolas de primeiro mundo, no Brasil não. Por isso, iniciativas como a da Escola Herondina devem ser enaltecidas.
Para saber mais sobre as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Estudos de Astronomia - GEA acesse: http://www.gea.org.br/programacao.html
Quem quiser ler a obra “Céu, ilha”, pode conferir na biblioteca da escola.
Quem quiser ler a obra “Céu, ilha”, pode conferir na biblioteca da escola.
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